Há quem diga que o suicida é uma pessoa covarde, que não teve coragem de lidar com os seus problemas. Quem ousa dizer tal absurdo não imagina o que se passa na cabeça de alguém para que ela tenha coragem o suficiente para conseguir tirar a própria vida, sem temer o que viria em seguida, a dor e o medo das consequências caso o ato não desse certo.
Não sei em que página ou grupo no Facebook que eu li essa frase: o suicida se mata não para somente tirar a vida, e sim para que a dor acabe. Parafraseei um pouco a mensagem, mas a essência dela é essa mesma. Essa dor é impossível de se medir, impossível de se explicar, ela corrói a sua alma e atormenta sua mente com um desespero enlouquecedor. Esse sofrimento te consome ao ponto de você se sentir mais confortável deitado em uma cama, pois a terra dos sonhos é infinitamente vezes melhor que a terra dos acordados e hábitos que um dia já foram tão prazerosos, soam como um ato obrigatório, deprimente e cansativo. Assim como toda uma rotina. E então, não é de se surpreender que alguém ache (ou tenha certeza) que a única solução para cessar essa dor é a de tirar a própria vida.
Muitas pessoas convivem com o sentimento da dor, da depressão. Muitos sequer sabem que a tem e muitos outros não fazem ideia de que convivem com portadores dessa doença. Não sabem como notá-la, acalmá-la, lidar com tamanho triste diagnóstico. Muitos são agressivos. Falam coisas que não devem, que não podem. Claro, quem é que têm essas condições não andam com elas escritas na testas. Mas isso não dá liberdade para ninguém faltar com a empatia, com pessoas tendo tais patologias ou não.
Há livros que retratam, por meio da ficção, a vida de pessoas que conviveram com suicidas ou que tinham esse pensamentos. Alguns dos selecionados aqui são narrados pelos próprios suicidas, outros têm personagens relatando como é o processo da perda e da culpa por não ter notado o estado da pessoa próxima que se foi e não ter feito nada que pudesse ajudar a mudar tal condição.